segunda-feira, 24 de março de 2008

SEGUNDA : 24/03/08 - 11h12m - NÃO PODERIA FICAR CALADO...


O RONALDO LESSA, QUE EU CONHEÇO,
O JOSÉ COSTA QUE EU NÃO CONHECIA...

Pouca gente sabe que, além de brilhante e honrado causídico, José Costa é um excelente jornalista. Trabalhou em "O Globo", na década de 50, e foi lá que se formou em DIREITO, tornando-se BACHAREL na matéria. Brillhante em cena. Num juri, só dava ELE. Não sobrava nada prá ninguem. E olhe que naquela época já se encontravam em cena, Fernando Tourinho, José Moura Rocha e Lauro Farias, tres grandes estrelas, atuando nos Tribunais.

Conhecí o Zé, quando ele morava na esquina da Rua das Vitórias, pertinho da Panificação "Rio Branco" na Levada. Nessa época, eu namorava com a filha do seu Basiliano e da Dona Rosita, pais de Anicleres, mãe hoje, da minha querida filha Suzy.

Foi num Juri, defendendo um parente dele, que eu ví Zé Costa, pela primeira vez. Algum tempo depois o vi atuando como advogado de defesa de José Moura Rocha, acusado de ser o autor intelectual do crime que vitimou o ex-Secretário de Segurança, "Tininho".

Após esse juri, me apresentei ao Zé Costa como repórter do "Diário de Alagoas" e a partir daí ficamos companheiros de papo. Aí eu já sabia onde ele morava, e quando terminava meu namoro com Anicleres, perto de 10 horas da noite (hoje, a rapaziada sai da casa da namorada, de manhã, isso se forem acordados, senão, só depois das três), e ficava de papo com o Zé Costa, às vezes até uma da madrugada. Fomos nos tornando cada dia mais amigo um do outro, à medida que o tempo passava.

Casei em 1962 e, entre 63 e 64, decidi ir para o Rio de Janeiro tentar a imprensa de lá. Quando fui me despedir do Zé Costa, ele me falou que tinha um amigo no jornal "O Globo". Era o jornalista Péricles de Barros, conterrâneo dele de Palmeira dos Índios, Redator Chefe do 2º Caderno do jornal. O Zé, na ocasião, fez uma carta para ele, me apresentando. Menos de 48 horas que eu estava no Rio, já me encontrava na Rua Irineu Marinho, na redação de "O Globo", diante de Péricles de Barros. Conversamos bastante, visitei a redação e marcamos novo encontro para o dia seguinte, às 8 horas da manhã.

Quando cheguei à noite na casa de dona Sita, onde estava hospedado no Rio, encontrei um telegrama "Western" enviado pela minha mãe, informando o que havia ocorrido com a gravidez da minha mulher. Era o nosso primeiro filho. Ela havia abortado e não passava bem. No dia seguinte, à noite, eu já estava de volta a Maceió.

Em 2001, estando Diretor-Geral da Rádio Difusora, reagi, com uma agressão-física, uma agressão-moral de um ex-funcionário da Rádio e duvido que qualquer homem tivesse feito diferente.

O incidente foi parar na Justiça, e o agressor-moral, vitimado por uma agressão-física, me processou. Aí é onde entra de novo o Zé Costa.

Procurei o meu amigo e, mais uma vez, o Zé tava comigo. Ia me defender como advogado. Durante quase um ano, me acompanhou nas audiências - não faltou e nem chegou atrasado a nenhuma - e até a sentença final, onde recebí o castigo moral, de doar mensalmente um número "X" de cestas básicas, o Zé tava alí ao meu lado.

Pois é, Zé. São mais de 40 anos de estrada que nós pavimentamos a nossa amizade. Eu, por uma questão até de lógica, mais do que você. Aliás, para se construir uma grande amizade , os dois não precisam gostar IGUAL um do outro. Basta um gostar, já é amizade e já tem aí, quem renuncia. Veja a minha amizade com Ronaldo. Ele nem precisa gostar de mim: eu gosto dele, por mim e por ele.

Mas Zé, o catatau todo aí em cima, foi para que todos tomassem conhecimento da minha amizade com você, e também para ver se você me explica o que eu não entendi até agora.

Entre as coisas que você me ensinava, nos nossos papos noturnos, na arte de colher e redigir uma boa notícia, era para o repórter nunca esquecer de fazer a sí, quatro perguntas:

1ª) - O que?
2ª) - Onde?
3ª) - Quando?
4ª) - Por que?

Sai de cena agora o amigo, eterno devedor, e entra o repórter, às vezes até abelhudo que eu procurei ser e sempre perseguindo a linha daquilo que você tentou me ensinar. Vamos lá.
O QUE (?) você fez, está nos jornais, manchetes de alguns, desde quarta-feira. ONDE (?),a gente também já sabe. QUANDO (?), nós estamos admirados porque só AGORA?! Mas, finalmente o POR QUE (?), é que tá me encucando. Juro... Por mais que bote a porra da minha cabeça prá pensar, cada vez mais, não tenho a mínima idéia disso. E olhe Zé, que eu não tou nem aí, para levar em consideração o que se tem falado, sobre PRA QUEM você fez isso.

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